OS IMIGRANTES NA COLONIZAÇÃO DE RONDÔNIA
O Estado de Rondônia está localizado na região norte do território brasileiro, pertencente a região amazônica. Inicialmente apresentou exploração no setor produtivo do extrativismo vegetal da borracha e da castanha e o extrativismo mineral de cassiterita e ouro, esse tipo de exploração ocorreu por toda a região. Quando o extrativismo vegetal desvalorizou e o mineral entrou em decadência, esse espaço foi considerado sem função, um vazio demográfico.
A partir disso, passou a se especular como desenvolver essas regiões, consideradas não habitadas. Foi a partir de 1960 que o governo começou a intensificar o desenvolvimento na região amazônica, por meio de políticas governamentais, com destaque nos projetos de assentamento focado em resolver os problemas agrários das outras regiões.
A partir dos anos 1970, iniciativas de políticas públicas, com destaque para o Programa de Integração Nacional (PIN), dá início ao processo de colonização dirigida do Território Federal de Rondônia, sendo que nesta época também foi efetivado os Projetos Integrados de Colonização (PIC), que estimulou o desenvolvimento agrícola, os quais atraíram um número elevado de migrantes de várias regiões do país, profundas transformações em seu espaço geográfico e a consequente urbanização.
A colonização do Estado de Rondônia é majoritariamente ligada ao interesse da terra. A frente de ocupação foi consolidada por colonos trabalhadores, promovendo uso da Terra, transformando esse espaço em lavouras brancas e em atividades agropecuárias, com a prática da pequena produção de subsistência ou agricultura familiar. O desmatamento ocorreu simultaneamente em consequência da ocupação, que foi pensada para viabilizar as atividades produtivas.Os colonos pioneiros que desbravaram o território de Rondônia, vieram de outras regiões com toda sua família com um único sonho de possuir um lote, encararam muitos desafios, a falta de estradas, locomoção, comércio e perigos da região como o insetos e doenças intensificaram o sofrimento. Com o aumento dos moradores as condições melhoraram e o governo intensificou os investimentos criando novos assentamentos e melhorando as estradas, a fim de atrair mais moradores.
A urbanização em Rondônia está ligada diretamente ao processo de ocupação conduzido pelo Estado. As primeiras cidades recebiam e reuniam a população imigrante e buscavam prover a população rural com terras para o trabalho das famílias imigrantes, desenvolvendo também a comercialização da produção agrícola, onde formava as primeiras vilas.
Os descaminhos da colonização do Estado sem preocupação ambiental se iniciou na atividade madeireira e na pecuária bovina, o fator mais pernicioso de degradação, em razão do desflorestamento decorrente da capacidade expansiva de ambos os segmentos, o asfaltamento da BR 364 intensificou o processo de degradação ambiental. O Banco Mundial financiou o Programa de Desenvolvimento Integrado do Noroeste do Brasil - Polonoroeste.
A estratégia de atividades do Polonoroeste, em Rondônia, tinha por objetivo absorver o fluxo migratório de maneira ordenada e sustentável. Mas, principalmente, objetivava a conclusão e asfaltamento da BR-364, principal rodovia federal da região Norte, que liga o Estado de Rondônia, aos demais estados do País.
O aumento da população de Rondônia esteve diretamente ligado ao fluxo migratório onde as pessoas vinham em busca de oportunidades de trabalho, principalmente os nordestinos que fugiam da seca da sua terra de origem.
Colonização
ENTREVISTA A
Faz 43 anos que moramos em Rondônia, antes moramos em Cáceres no Mato Grosso. O motivo da nossa mudança foi a oferta de terras, então meus pais vieram com todos os filhos ainda pequenos, embarcamos no ônibus não foi possível trazer somente as roupas e algumas panelas
Ao chegar em Rondônia deparamos com muitas matas algumas pequenas vilas com poucos comércios, não haviam muitas estradas somente a Br 364, ainda não asfaltada e algumas picadas no meio da mata, havia muitas derrubadas e algumas serrarias em funcionamento
No início foi muito difícil minha família trabalhava na fazenda que era mais ou menos 40 km dentro da mata distante da vila, trabalhamos muitos anos nas terras dos outros, anos depois que conseguimos um lote e enfrentamos muitas doenças da região
Infelizmente perdemos um membro da família acometido de malária e a falta de recursos financeiros impediu o tratamento da doença, só não desistimos de tudo devido à falta de recursos financeiros para retornarmos ao local de origem.
Considerando o tempo passado 1979 para hoje, Rondônia teve um crescimento bem significativo, para muitos que está aqui desde aquela época que vem acompanhando o crescimento percebe o quanto evoluiu, por onde eu tenho passado a gente vê que Rondônia teve um bom desenvolvimento.
Tenho esperança que o nosso estado seja mais provedor é tanto na saúde, educação e na geração de empregos e se destaque em âmbito nacional por que somos um estado rico de recursos e povo trabalhador.
ENTREVISTA B
Fonte: https://images.app.goo.gl/k8e9JsJ87haaZY8S8
Sou uma desbravadora do estado de Rondônia, me mudei em 1986 junto de meu esposo e meus filhos, deixando familiares e amigos na terra natal. A mudança foi motivada pelo sonho de uma vida melhor, buscando melhores condições de vida em uma nova terra cheia de esperança, a viagem para a região foi de ônibus, trazendo apenas roupas, e pertences de fácil transporte, apesar de não ser de Pau-de-Arara, foi difícil pois era ônibus muito velho, estradas muito ruins, as vezes atolava ou quebrava durante a viagem.
Quando chegamos ao nosso novo destino, nos deparamos com uma mata intocada, pouquíssimos imigrantes na região, fomos pioneiros na colonização da região em que chegamos, porém mesmo com as dificuldades iniciais nos apaixonamos pela região, eram terras férteis com um futuro promissor.
No começo sentimos muita saudade da terra natal e dos familiares, o clima, vegetação, principalmente a cultura eram muito diferentes, a adaptação foi longa e difícil. Os primeiros anos foram difíceis por ter que recomeçar tudo, mas logo fomos se adaptando, foi difícil pois precisava fazer derrubadas, construir casas, preparar a terra para o plantio e colheita.
Considero o processo do estado muito bom, os avanços no transporte, nos meios de comunicação, na agricultura, nas tecnologias em geral, a facilidade em todos os sentidos em comparação com o período em que chegamos na região são surpreendentes, acredito que ainda vai avançar mais, facilitando mais e mais para os meus netos e bisnetos.
ENTREVISTA C
Moro 50 anos nesse estado, e antes moramos em São Paulo trabalhando de meeiros nas fazendas, foi por isso que toda minha família veio para Rondônia e um caminhão de pau de arara numa viagem que durou 12 dias de Teodoro Sampaio SP a Cacoal RO. Estávamos procurando meios de sobrevivência melhores e trabalhar sem tanta exploração
Quando chegamos aqui o cenário era de muitas outras famílias chegando todos os dias, no meio de muita poeira, desmatamento em alta, porque era considerava dono da terra caso você tivesse (benfeitorias) casa e plantações.
Nos primeiros anos passamos por muitas dificuldades, não tínhamos dinheiro nem para comprar os alimentos, mais aos poucos começamos a trabalhar de doméstica na vila para ajudar a família, Mas nunca arrependemos de ter vindo, foi aqui que conseguimos nossa terra e constituímos famílias, de onde viemos trabalhávamos muito mais e mão de obra era desvalorizada.
Esse é um estado onde há muitas perspectivas de melhoras, se tivermos bons governantes que trabalhem pelo povo atendendo seus anseios, pelo que ele já foi um dia já evoluiu muito, temos uma agricultura expressiva e boas cidades. Mas ainda temos muito mais para crescer, basta que seus recursos seja administrado como responsabilidade em prol da população.
ENTREVISTA D
Moro em Rondônia há 35 anos, eu vim com meu marido e filhos do Mato Grosso, o que me motivou a vir para Rondônia foi desbravar o estado a fim de melhores condições de vida para minha família. A mudança para chegar aqui foi através de um caminhão pau de arara com outras famílias que vinham praticamente com os mesmos intuito que a nossa.
Ao chegar em Rondônia o cenário era muito triste, pois, era época de muita chuva e levava muitos dias para chegar de uma cidade para outra com os caminhões que trafegavam nas estradas e os caminhões atolavam e levavam dias para conseguir tirar. Os primeiros anos aqui em Rondônia vivemos em muita pobreza, com muita dificuldades. Se eu pudesse teria voltado para meu local de origem, era o meu pensamento da época. Eu vejo um Estado com mais progressos e tecnologia avançada, com as melhores perspectivas possíveis.
ENTREVISTA E
Moro em Rondônia há 35 anos, eu morava no Mato Grosso do Sul. Vim com minha família em busca de melhores condições de vida. A nossa mudança foi muito triste e muito dificultoso com muito sofrimento pelo caminho, pois viemos em caminhões pau de arara que trouxeram mais 5 famílias, e a viagem durou em média 12 dias para chegar.
Ao chegar em Rondônia nos deparamos com um cenário que na minha percepção era o pior possível, pois fiquei decepcionada naquele momento, talvez, por eu ainda ser muito jovem e ainda não conseguia entender que estava no início de urbanização do estado diferente do lugar que eu vivia. Apesar dos primeiros anos terem sido bem difíceis para nós, com o tempo tudo foi fluindo para mudança de vida pra melhor. No início eu tinha muita vontade de voltar para minha terra de origem, pois na minha inocência lá no mato grosso era melhor.
Na minha perspectiva Rondônia cresceu muito e melhorou a vida do povo que veio em busca de melhores condições de vida naquele momento, pois, acolheu pessoas que vieram de vários estado dando oportunidade de melhorar cada vez mais vejo no Estado de Rondônia grandes oportunidades ainda para crescimentos e oportunidades de novos negócios.